quarta-feira, 28 de outubro de 2009

CHAMADOS PARA ADORAR!!!!

É hora de atender ao urgente chamado de adoração! Este é um dos mais fortes clamores aos filhos de Deus. Não há mais tempo a perder! O Senhor está ansiosamente procurando por verdadeiros adoradores... e este fato faz-nos pensar que eles, os adoradores, estão incluídos nos espécimes raros. Sim! Nós não procuramos algo que está em nossa frente, à nossa vista ou algo que seja abundante. O verbo procurar indica que o objeto procurado não é abundante ou está escondido, ou perdido. Ele está à procura de verdadeiros adoradores, e infelizmente eles são raros!

Adorar é...

Adorar é obedecer ao primeiro e principal mandamento, que é amá-Lo sobre todas as coisas. Quando trocamos Deus por qualquer outra coisa já deturpamos a nossa adoração, aliás, ao invés de sermos adoradores do Senhor da glória, nos tornamos idólatras ignorantes. Sim, idólatras! Quando adoramos nosso ego, nosso cargo, nossa posição, nossa família, nosso prazer, nosso dinheiro, nossa música e até pessoas em lugar de Deus, somos desprezados ou ignorados quando Ele sai á procura de verdadeiros adoradores! É infeliz a existência de cegos idólatras no Corpo de Cristo! Estes deverão compreender rapidamente a dimensão do erro que estão cometendo: Estão trocando o Deus da glória por nada!

Adorar é manter comunhão com o Pai constantemente! É viver radicalmente em santidade, sem desculpas, rodeios e meio termos. É direcionar exagerada atenção, oração e jejum às nossas fraquezas e iniqüidades em amor ao Cordeiro, que se entregou por nós naquela horrível cruz, e ás vezes não damos a mínima! É verdade! Quando pecamos estamos desprezando o sangue de Cristo, não dando valor àquele ato que revelou um amor tão imenso que até hoje não conseguimos compreender. O Noivo entregou a sua vida em favor da Noiva e às vezes Ela não faz a mínima questão de retribuir esta graça em forma de louvor, temor, reverência, amor e comunhão! Que pena!

Adorar é se chegar a Deus sem segundas intenções. É olhar para o seu perfeito caráter, e não apenas para o que Ele faz! É amar o Deus da bênção e não a bênção de Deus, é amar o Deus da cura e não a cura de Deus... Quantas vezes olhamos apenas para os milagres, bênçãos e nos esquecemos de olhar para Aquele que faz tudo isso. Deturpamos nossa adoração quando entramos na presença de Deus apenas para ganhar algo, seja qualquer tipo bênção, milagre, “arrepio”, “choque”, etc. Devemos amar a Deus pelo que Ele é, e não pelo que Ele faz. Devemos amar a Deus mesmo que daqui para frente Ele não faça nada por nós. A propósito, não merecemos nada do que Ele já fez por nós! Deus nos criou para termos comunhão com Ele, para sermos adoradores, e não comerciantes enganosos que só querem sair “ganhando” com esta relação. Quantas pessoas largaram os caminhos do Senhor porque não amavam a Deus e sim as Suas obras? Queriam apenas ver milagres, curas, demonstração de poder, sinais, etc. São exatamente estes que se chegam a Deus com segundas intenções... parecem que amam a Deus, mas não amam! Por fora são uns lindos jardins, por dentro um horrível cemitério. Foi a estes que Jesus se dirigiu: “Este povo honra-me com lábios mas o seu coração está longe de mim...”.

Conclusão

Vou terminar por aqui, senão continuo escrevendo até amanhã. Mas deixo um alerta: querido irmão, atenda ao chamado de adoração! Passe esta visão a quantos puder! Não há mais tempo há perder... cada minuto é precioso... cada momento na presença do Pai é incomparável... Ele está à procura de filhos que o amem de verdade... hoje à noite mesmo entre na gloriosa presença de Deus e fale com Ele.... se coloque diante do Senhor da glória... seja um verdadeiro adorador! Aleluia!

Um abração em Cristo Jesus

Ramon Tessmann

segunda-feira, 19 de outubro de 2009


Quero ser conhecido!!!!

Há algum tempo atrás, folheei um livro com o título “Sociedade do espetáculo”. O autor diz que vivemos num tempo em que somos bombardeados com a idéia de que o mais importante é sermos vistos, aparecermos, sermos reconhecidos e admirados pelos outros. Sem dúvida, todos nós, crentes ou não, estamos debaixo dessa propaganda e influência. A igreja não está fora do mundo!

Contudo, apesar de estarmos no mundo, não podemos nos deixar levar pelas suas correntezas. Pelo contrário, precisamos dia após dia nos despojar dessas vestes que a sociedade sem Deus quer colocar sobre nós. Não estamos imunes e nem distantes das influências da sociedade do espetáculo. O nosso coração já foi tocado por Deus, mas ainda não foi completamente transformado. Ainda existem em nós alguns resquícios de mundaneidade.

Algumas vezes, podemos fazer as coisas levados sutilmente pelo simples desejo de sermos vistos pelos outros: compramos uma roupa porque queremos impressionar alguém; entramos em uma nova escola porque é o lugar da “hora”; escrevemos livros porque queremos ser conhecidos; damos presentes para sermos apreciados. Manipulamos o mundo à nossa volta porque queremos chamar a atenção dos outros para nós mesmos.

Até mesmo os nossos exercícios espirituais podem estar sob a influência das correntes da sociedade do espetáculo: podemos orar para dizer que oramos; ir à igreja para dizer que fomos; evangelizar para dizer que evangelizamos; fazer todas as coisas para tentar impressionar os outros e chamar a atenção deles para nós.

Jesus sabia que no seu próprio tempo havia pessoas que estavam sobre a influência do desejo de serem vistas. Por isso ele disse: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste (…) Quando, pois deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas (…) Quando orardes, não sereis como os hipócritas (…) Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas” (Mateus 6.1,2,5,16).

Segundo Jesus, essas pessoas eram conhecidas na terra, mas não eram conhecidas nos céus; eram admiradas na terra, mas não eram admiradas nos céus; recebiam presentes na terra, mas não tinham qualquer galardão nos céus; tinham o dia-a-dia, mas não tinham a eternidade! Elas haviam ganhado o mundo inteiro, mas haviam perdido a própria alma.

O remédio que Jesus apresentou contra o vírus da sociedade do espetáculo foi o secreto. Quanto mais tempo investimos em nosso secreto com Deus, mais fortalecidos nos tornamos para vencer as influências do mundo sem Deus.

Isso significa que ao invés de buscarmos o espetáculo, devemos buscar o secreto; ao invés de ansiarmos por sermos conhecidos dos homens, investindo maior tempo nas aparições públicas, devemos ansiar por sermos conhecidos de Deus, investindo maior tempo no secreto; ao invés de investirmos mais tempo falando de Deus para as pessoas, devemos investir mais tempo falando das pessoas para Deus. Afinal, é Ele quem tem o poder para transformar os corações. E o seu agir não está associado ao nosso muito falar. Enquanto a quantidade das nossas palavras nunca pode mudar alguém, o poder de Deus sempre pode!

E esse poder, dado por Deus, está disponível a todas as pessoas, no secreto. Foi, quando estava no deserto da Judéia, no secreto, que João Batista recebeu a Palavra (Lc 3.1-2). Era no secreto que Jesus se renovava (Lc 5.15-16). Foi quando estavam no secreto, que os apóstolos foram cheios do Espírito Santo (At 2.1-2). Foi, durante o seu tempo nos desertos da Arábia, no secreto, que Paulo aprendeu o evangelho (Gl 1.15-17).

O secreto é o lugar do renovo, da capacitação, do fortalecimento, do enchimento do Espírito Santo, do recebimento do poder e da Palavra que, recebida no secreto, precisa ser proclamada em público para a sociedade do espetáculo.

por Pastor Gustavo Bessa


segunda-feira, 12 de outubro de 2009


Nossa Vida, Nossa Liturgia


Responda rápido: Jesus ensinou a fazer liturgia ou a viver para Deus? Creio que a própria pergunta já sugere a resposta.

Podemos iniciar nossa reflexão pensando na oração: na falta de qualquer ensinamento imediato e sistemático por parte de Jesus, os discípulos tiveram de solicitar-lhe que os ensinasse a orar. Com certeza, o desejo de aprender a orar foi despertado neles por verem Jesus orando, tanto em público como em particular. Jesus também fez referências à necessidade de se conhecer a Bíblia, servindo ele mesmo de exemplo quando demonstrou familiaridade com as Escrituras (até com 12 anos de idade) e com sua leitura em público. Entretanto, não há como não reconhecer que foi muito mais enfático ao falar sobre a necessidade do conhecimento da própria pessoa dele. Quanto ao louvor musical, não encontramos nenhuma referência, exceto após a última ceia.

Vemos que Jesus exercia seu ministério sem separar um tempo ou local à atividade sagrada. Fez milagres em todos os lugares: na praia, dentro do mar, no campo, na rua, em casa ou na sinagoga, no meio da multidão ou em companhia de poucos. Ele não se preparava para uma ministração, pois a sua vida toda exalava ministração ininterrupta e, portanto, tudo o que fazia era sagrado.

Ele encontrava pessoas e travava relacionamentos com elas, confrontando sua realidade no cotidiano: na praia, no trabalho de consertar redes, na coletoria de impostos, sentados embaixo de árvores ou no alto delas, à beira de um poço d’água, durante uma festa ou um velório, à noite ou durante o dia, no jantar ou no almoço e, até mesmo, numa sinagoga. Não importava se se tratasse de um mendigo ou um nobre, uma criança ou um ancião, um erudito ou um analfabeto, um homem honrado ou uma notória pecadora.

Os discípulos procediam de forma semelhante, apresentando Jesus às pessoas em praça pública, em casas, à porta do templo, durante uma viagem ou mesmo numa sinagoga, entre pessoas simples ou governantes, a multidões ou indivíduos. Onde quer que estivessem, sabiam que Jesus estava ao seu lado e isso era suficiente para que o apresentassem aos outros, como podemos conferir no livro dos Atos dos Apóstolos.

Podemos imaginar como seria estranho se Jesus procedesse como nós para fazer discípulos, propondo que antes de cada intervenção se criasse um ambiente propício à aceitação do apelo pós-pregação ou que houvesse ruidosas declarações de fé antecedendo a operação de cura ou outra maravilha. Tudo isso evidentemente precedido por uma grande e maciça campanha de divulgação e marketing, que anunciaria o nome do servo de Deus, dia, local e hora em que as pessoas deveriam comparecer para presenciar o espetáculo, tendo obrigatoriamente de passar pelas bancas sutilmente montadas para comercializar os produtos que ajudariam a custear as despesas do evento.

Devemos reconhecer que somos muito tardios em compreender e praticar aquilo que Jesus nos ensinou. Nossa evangelização consiste muito mais em ensinar as pessoas a ler a Bíblia regularmente, fazer orações e cantar as músicas gospel da parada de sucessos. Adquirimos o hábito de encontrar Deus e apresentá-lo às pessoas, não sem conduzi-las a um templo. Ainda que tenhamos falado de Jesus antecipadamente, isso parece ter sido apenas uma apresentação informal que precisa ser ratificada por meio de uma audiência oficial com ele, num determinado lugar, numa determinada hora, com determinada cerimônia – ou seja, num templo e com uma liturgia de culto. Somente à medida que o evangelizando consegue interagir com esses elementos é que se mensura a sua atitude de convertido. Os mesmos parâmetros valem para a aprovação de um obreiro. Ou seja, ele precisa orar bem em público, cantar ou tocar bem um instrumento (se for candidato à equipe de louvor), ou fazer bons discursos baseados na Bíblia (se quiser ser um pregador), a ponto de ser um exemplo que conduza os outros a fazerem o mesmo.

A maneira como Jesus se introduzia no dia-a-dia das pessoas mudava a atitude delas no cotidiano. Atualmente, evangelizar traduz-se como uma tentativa de implantar o cristianismo na vida religiosa das pessoas, e é exatamente isso o que acontece: elas mudam apenas no aspecto cultural. Como só esperávamos isso, ficamos contentes e ainda o chamamos de conversão. No entanto, nossa excessiva preocupação em ensinar a liturgia resulta na formação de pessoas bem treinadas liturgicamente, porém nem tanto no que diz respeito à transformação de sua vida pessoal e social. É comum ver pessoas que se denominam cristãs não se importarem com pequenos delitos no trânsito, emitirem cheques sem fundos, não honrarem dívidas, sonegarem impostos, omitirem direitos trabalhistas, faltarem com a verdade em muitas ocasiões, mentirem ou desobedecerem aos pais, trapacearem em provas escolares, evitarem os necessitados ou agirem sempre em legítima e própria defesa, entre outras coisas. Ao mesmo tempo em que fazem essas coisas com natural negligência, sem se importarem com as conseqüências, esmeram-se em cumprir o ritual litúrgico da igreja, demonstrando nitidamente a dicotomia que separa o sagrado e o secular na vida pessoal.

Para resolver essa questão, precisamos agir cada vez mais como Jesus agiu, fazendo com que nossa vida seja naturalmente espiritual, sacralizando, ou santificando, todas as áreas de nossa vida. Dessa mesma forma, todo o dinheiro que recebemos é consagrado a Deus, sendo que os 90% são mais significativos no que diz respeito à qualidade de nosso relacionamento com o Senhor do que a décima parte que entregamos a título de dízimo, uma vez que temos uma liberdade maior para tomar decisões sobre a sua destinação. Em outras palavras, o dízimo diz respeito à nossa relação de compromisso com a igreja e com a lei, enquanto que os outros 90% refletem diretamente o relacionamento pessoal com Deus à medida que permitem estabelecer prioridades, com base na compreensão da graça. O princípio aqui envolvido permite-nos não reduzir a devoção às orações antes das refeições, ao dormir ou ao levantar, uma vez que toda a vida será de oração. Também saberemos reconhecer Jesus não somente através das páginas da Bíblia, mas por meio do relacionamento com ele, de tal forma que o dia-a-dia seja completamente impregnado da sua presença. Assim, o exercício da profissão, rotulado de secular, será tão sagrado que também poderá ser chamado de ministério. O mesmo poderá ser dito das demais relações familiares e sociais.

Mudando assim o foco da nossa vida e a ênfase da nossa evangelização e discipulado, podemos ser libertos de formas exteriores e da dicotomia (separação de sagrado e secular) tão perniciosa à genuína espiritualidade, gerando assim resultados radicalmente diferentes em nós mesmos e nas pessoas que nos ouvirem.

Pedro Arruda (Revista Impacto)